A Sede-Hall de Entrada

Demorou poucos segundos para a porta ser aberta, ou a pessoa que o atendera era muito rápida, ou vira-o chegar por algum dispositivo de segurança. O que ele viu atrás da porta que se abria para dar-lhe passagem era uma garota de baixa estatura, com olhos gentis que ficavam entre o castanho e o verde, longos cabelos negros riscados por mechas azuladas e vestes curtas. Era possivel notar que sua mão esquerda fora enfaixada, mas fora isso, parecia alguém totalmente normal.


Claro... se você não tivesse nenhuma sintonia com a magia. Afinal, Kit poderia não ser a pessoa mais forte daquele mundo, mas certamente chegaria nesse posto um dia.

- Em que posso te ajudar? - ela parecia compreensiva, nada de armas apontadas para seu pescoço por ser um desconhecido ou algo assim. E pelo que ele ouvira falar, a Equipe Black tivera problemas com esse tipo de coisa.

Sephiroth era versado em magia o suficiente para reconhecer a habilidade de uma pessoa, normalmente usando isso para com seus inimigos, mas aquele caso era uma exceção. Notou o poder de Kit, mas deixou isso de lado, não era de seu interesse o que as pessoas daquele mundo eram ou deixavam de ser. A Masamune, que mais parecia uma odachi japonesa, balançou suavemente conforme a mão de Sephiroth se movia e se estendia para poder cumprimentar Kit.

- Eu sou Sephiroth - Apresentou-se, de forma educada - Me disseram que eu deveria vir aqui, uma vez que cheguei neste mundo por motivos que eu desconheço.

- Oh, prazer em conhecê-lo. - ela rapidamente apertou a mão dele e balançou para cima e para baixo, em seguida largando-o por perceber sua falta de cortesia. Ouvindo-o, seus olhos piscaram lentamente e Kit coçou um pouco a parte de trás da cabeça. - Você também foi trazido até aqui por engano? Isso está acontecendo muito ultimamente.

Ela mordeu suavemente o dedo indicador, pondo-se a andar de um lado para o outro.

- Será algum tipo de anomalia? Alguém fazendo experiências? - ela obviamente estava murmurando mais para si mesma do que para ele, no fim das contas engolindo em seco e suspirando ao perceber que havia desviado a sua atenção novamente. - Oh... eu sou Kit, Kit Black. Você quer entrar, imagino que seja melhor resolver isso em um lugar confortável.

- Por engano ou de propósito. As pessoas com quem trabalho são complicadas - Falou Sephiroth.

Ele, principalmente, se referia ao Doutor Hojo, o novo chefe do Departamento Científico da Shinra, um homem desprezível por quem Sephiroth nutria certas desavenças, principalmente quando o caráter do cientista entrava em questão. Ele era, em todas as palavras, um cientista maluco, disposto a percorrer toda e qualquer distância para garantir que seus testes fossem concluídos, por mais nefastos e perturbadores que estes fossem.

- Agradeço a oferta - Disse Sephiroth, novamente demonstrando uma enorme calma para quem acabara de surgir em um mundo completamente diferente do seu.

- Eu sei bem como é isso... 

Seus parceiros da Equipe Black não eram maus, entretanto era bastante comum que Kit fosse envolvida em situações de quase-morte com uma frequência absurda. Principalmente quando Crós Salem Shadownigth estava envolvido. A menina deu um passo para o lado, deixando a passagem livre para que Sephirot adentrasse o cômodo.

- Certo... nossa, você parece bastante calmo para quem chegou aqui do nada. a maioria das pessoas começa a gritar ou chorar. Ou tem um ataque de pânico...

Ao menos as pessoas com quem Kit trabalhavam tinham uma boa índole, enquanto as pessoas de Shinra eram, em sua grande maioria, pessoas horríveis com apenas alguns se salvando da grande massa que apenas desejava dinheiro. Duas dessas pessoas eram amigas de Sephiroth, seus nomes sendo Angeal e Genesis, os únicos amigos que Sephiroth tivera desde sua infância. 

- Eu sou diferente da maioria - Ele disse, mas não parecia ter saído como algo arrogante. Era como se ele estivesse recitando um fato que aprendera - E até agora não encontrei nada que pudesse me dar trabalho nesse mundo... a única exceção a isso sendo você.

- Isso é bom. Você me lembra um pouco um amigo meu, ele também é absolutamente tranquilo em quase noventa por cento das situações. Mas Mitaray está numa caçada hoje...

Ela pousou a mão no próprio queixo, estendendo um dedo para indicar que o rapaz poderia sentar-se em um divã que havia perto a parede.

- Você quer algo para beber? - perguntou casualmente, sentando-se logo após ele e cruzando as pernas. O comentário de Sephiroth fez com Kit arregala-se os olhos, balançando freneticamente as mãos. - Mas eu não sou o tipo de pessoa complicada, realmente não farei nada com você.

Era meio claro que ela havia entendido um pouco errado o que Sephiroth queria dizer.

Sephiroth caminhou até o dito divã e sacou sua enorme katana, ela deveria ter por volta de um metro e oitenta e dois centímetros, uma arma do tamanho de uma pessoa e certamente algo exagerado até mesmo para os padrões de espadas grandes. Porém, aquela era a arma que Sephiroth usava e pela aura que o homem passava, ele a usava com maestria apesar de seu tamanho ser algo questionável. Ele sentou-se no divã e apoiou o cabo no chão, com a lâmina subindo e apoiando-se em seu ombro.

- Não, muito obrigado - Ele negou, educadamente. Em seguida, ele abriu um pequeno sorriso com a reação de Kit, piscando seus olhos e voltando-os para a garota - O que eu quis dizer, é que você é a única pessoa verdadeiramente forte que encontrei até agora.

Kit olhou vagamente para a katana, aquela espada era maior que ela. Não que fosse muito difícil algo ser maior que Kit, levando em consideração sua altura, mas a maioria das espadas que já observara, principalmente naquele estilo, eram bem menores. Seus olhos ficaram um tempo presos a arma, até que se erguessem para fitar o vizitante novamente.

- Sério...? Você deve ter encontrado pouca gente, tem pessoas muito mais fortes do que eu por ai. - ela riu, coçando a nuca, um pouquinho envergonhada. De fato, Kit Black era forte, era a campeã do reino, afinal de contas. Mas acima do nivel em que estava atualmente, haviam pessoas bem mais poderosas. Como seu próprio mestre, por exemplo, ou os chamados "bruxos", especialistas em magia da mais alta hierarquia. - Bem... você deseja voltar para casa, certo? Eu poderia levá-lo de volta, mas não posso me ausentar atualmente deste mundo, estão... ocorrendo muitos problemas.

- Seu nome é Masamune - Contou Sephiroth, ao notar que Kit olhava para sua arma.


Sephiroth escutou com atenção o que Kit falava, imaginando como seriam essas outras pessoas ainda mais fortes que ela. Julgou que não era problema seu como seriam essas pessoas, desde que não o atacassem e nem atacassem inocentes, ele estava satisfeito. Ele voltou seus olhos para Kit, verdes e com pupilas de gato e os piscou brevemente.

- Que tipo de problemas?

- É uma espada bonita... e... alta. 

Ela argumentou rápido, quando percebeu que ele notara sua atenção sobre a arma. Olhando com mais atenção os olhos dele, suas pupilas eram claramente felinas. Kit piscou os olhos, talvez fosse rude externar esse tipo de detalhe em voz alta. Não que a aparência dela fosse muito normal, ainda mais quando estava transformada em sua forma meio felina.

- Hum... os ataques de monstros e conspirações de demônios tem aumentado bastante nos últimos tempos, alguns seres tem sido assassinados e... tem isso de pessoas chegarem a este mundo sem quererem, também. Não é assim tão normal. Por isso a equipe que faço parte e outras organizações de defesa tem de estar disponíveis vinte e quatro horas por dia...

Sephiroth prestou total atenção nas palavras de Kit, sem em momento algum desviar a sua atenção. Apesar de possuir uma aura certamente ameaçadora, ele era uma pessoa educada e de certa forma séria, uma vez que seu semblante demonstrava preocupação com o que Kit falava. Certamente não era preocupação consigo mesmo, mas sim com as pessoas que sofriam por todos esses acontecimentos.

- E vocês estão aceitando ajuda? - Ofereceu-se Sephiroth

- Toda ajuda é bem vinda, obrigada por oferecer. - Kit sorriu, ela podia ver o quanto aquela pessoa queria ajudar. 


Era gratificante encontrar esse tipo de gente. Os habitantes de Diamond tendiam a ajudar qualquer um que precisasse, mas muitos deles não podiam ser envolvidos em situações perigosos, afinal eram parte do povo. Com aqueles ataques que aumentavam, era bom ter voluntários para lutar de vez em quando.

- Hum, normalmente nós não recebemos membros antes de passar por um teste, mas acho que Iris não deve se importar...
- Com o que eu não deveria me importar? - uma voz feminina, levemente ríspida, surgiu do segundo andar. Descendo pelas escadas, uma mulher madura de longos cabelos castanhos e olhos com um tom avermelhado, vestindo o que parecia ser um robe de veludo vinho, surgiu.
- Oh, Iris. - uma gotinha surgiu na cabeça de Kit. Aquela mulher era um pouquinho intimidadora. Não era a toa que se tornara a lider da equipe quando seu fundador foi forçado a deixá-la... mas isso é outra história. - Você se sente melhor?
- Nem um pouco. - Iris fez uma careta, aparentemente ela estava um pouco enjoada ou com algum tipo de mau estar. Sua atenção voltou-se para Sephiroth, sentado mais a um canto. Ele poderia perceber uma certa aura mágica ao redor dela, não se tratava de uma humana, apesar de sua aparência. Se medisse sua força, estava abaixo da que Kit possuía naquele instante, mas havia algo mais em Iris, algum tipo de impacto que justificava sua liderança naquele lugar. - E você é?

- Ela é a líder da Equipe Black. - Kit esperou que Sephiroth se apresentasse, e gesticulou em direção a Iris. Depois, virou sua atenção para ela novamente. - Ele é uma das pessoas que foram trazidas para Diamond por algum fator externo.

Sephiroth, assim que Iris apareceu, levantou-se. Era mais por educação do que qualquer outra coisa. Ele manteve o cabo da espada apoiado no chão, conforme a lâmina da espada subia apoiada em um dos lados de seu corpo, alcançando até o seu ombro. Ele era apenas alguns centímetros mais alto que sua espada, o que erguia a questão de como ele utilizava aquilo em combate, já que deveria ser uma arma difícil de ser usada, tanto pelo seu tamanho quanto pelo seu peso, que não deveria ser tão bem distribuído assim.

- Eu me chamo Sephiroth, é um prazer conhecê-la - Apresentou-se Sephiroth, a Iris. Ele notara aquela aura e aquele certo impacto que ela possuía, porém decidiu questionar-se sobre isso em um outro momento. Ele estava preso naquele mundo e ir embora não era uma opção aparentemente viável, uma vez que os habitantes daquele lugar tinham seus próprios problemas para lidar. Logo, ajudá-los a resolver ditos problemas o faria chegar em casa mais rápido.

- Eu sou Íris. Você deve ter vindo em busca de uma forma para voltar a sua casa, certo? Atualmente, estamos com certos problemas, mas a tampinha aqui pode resolver isso quando eles estiverem solucionados. - ela gesticulou cuidadosamente em direção a Kit.
- Na verdade, ele ofereceu ajuda, então estava pensando se ele não poderia ser um membro honorário por um tempo...?
- Kit...


Os olhos vermelhos voltaram-se para ela, enquanto uma mão desceu violentamente sobre a sua cabeça, segurando-a pelo topo. Aquela aura ameaçadora voltou a surgir com força total, muito embora não parecesse algo digno de ser enfrentado. Do jeito que as coisas estavam, Iris era apenas uma superiora levemente agressiva.


- Qual a parte de "Não aceitamos qualquer pessoa aqui dentro" você não consegue entender, já não bastava o ladrão com o qual se vinculou dias atrás? Daqui a pouco vão achar que qualquer criatura pode vir trabalhar aqui.
- Eu sei, eu sei, me desculpa!

Iris soltou-a e olhou novamente para Sephiroth, de um jeito avaliativo. Ela pressionou vagamente a ponte do nariz entre o polegar e o indicador.


- É verdade que precisamos realmente de ajuda, no entanto. Desde que não nos cause mais problemas do que já temos de lidar, tudo bem por mim.
- Oh, mesmo!? - KIt sorriu após um momento em que abraçava a própria cabeça por conta do aperto anterior. Ela voltou-se para Sephiroth e pegou suas mãos, mantendo-as entre as suas. As mãos daquela garota eram realmente muito pequenas e delicadas. E pensar que elas eram usadas para a luta... - Vai ser bastante puxado, mas agradecemos sua ajuda.

Sephiroth permaneceu em silêncio durante toda a troca de palavras entre as duas, ele na verdade parecia até estar se divertindo com a situação, pelo menos um pouco. Ainda assim, quando a palavra voltou a ser direcionada para ele, o homem voltou a ter aquela seriedade e serenidade de antes, prestando atenção em todas as palavras de Íris, apenas assentindo após ela falar. Ele jamais causava problemas, apenas os resolvia, como os que ocorriam em seu mundo. Lá, ele era considerado um herói, o grande Sephiroth, o maior SOLDIER a já existir. Claro, naquele novo mundo isso não valia de nada.

- Farei o meu melhor.

- Obrigada mais uma vez, isso vai ajudar bastante. Eu prometo que assim que as coisas estarem mais tranquilas eu lhe levarei de volta.
- Já que ele vai ficar aqui por hora, leve-o a um dos quartos livres e apresente-o aos membros presentes na sede. - Iris fez uma careta, endireitando o roupão e voltando a subir as escadarias. - Não me sinto capaz disso no momento... vou me deitar.
- Espero que se sinta melhor logo! - Kit acenou para ela, depois juntando as palmas das mãos e inclinando um pouco a cabeça, fitando Sephiroth. - Bom... você precisa de um quarto, eu vou te levar aos que temos disponíveis no momento, tudo bem?

Ela colocou um dos pés no primeiro degrau da escada que Iris acabara de subir e esperou que o homem a segui-se.

- É por aqui... Esse lugar é bem grande, mas os quartos ficam todos no primeiro andar, então é mais difícil se perder.

- Sim, mas vamos resolver os problemas daqui antes.

Sephiroth era uma pessoa estranhamente confiante para alguém que acabara de chegar naquele mundo e não sabia nada dele. Tal confiança vinha da força que ele parecia esbanjar, porém muita confiança sempre levava à queda dos homens. Ele levantou-se, prendendo Masamune no lado de sua cintura, em uma tira de couro que estava ali apenas para segurar a espada, não havia bainha para a mesma. Na verdade, ter uma não seria algo prático, uma vez que sacar aquela espada já parecia ser algo difícil de se fazer, uma bainha apenas atrasaria o processo. Calmamente, o homem seguiu Kit.

- Entendo.

Os olhos de Kit brilharam automaticamente quando ele disse aquilo, como se aquela pessoa fosse um exemplo a ser seguido. Era natural para ela ver o tipo de pessoa que se esforçava por outras com bons olhos. Naturalmente, porque ela era assim também.

-Ah, eu já gostei de você! Vamos, vamos!

Não havia nada parecido com flerte ou segundas intensões nas ações ou frases de Kit Black. Ela puxou-o pelo braço e subiu o resto das escadas, parando por um extenso corredor, com várias portas. Haviam nomes entalhados sobre cada uma delas, especificando a quem pertenciam, e outras que não possuiam plaqueta nenhuma. Apesar de terem a fama de não aceitarem pessoas de fora, a sede Black existia sobretudo para ajudar os habitantes do reino, então era natural que houvessem quartos de hóspedes devidamente mobiliados disponíveis.

- Hum... você quer escolher um deles? Eu diria que são todos mobiliados igualmente, então você pode pegar qualquer um. - Havia pelo menos uns três quartos vazios, e Kit parou com a mão sobre a maçaneta de um deles. - É claro, talvez você preze por localização também, então eu achei melhor perguntar...

Sephiroth deu uma pequena risada e seguiu Kit. Ele, assim como ela, também gostava de pessoas que agiam pelo bem dos outros. Apesar de ter recebido o título de herói em seu mundo, era um ao qual ele não possuía nenhum apego. Ele apenas fazia o seu trabalho, sempre concluindo-o sem deixar falha. Porém, era verdade que ele tinha uma pequena fraqueza por pessoas altruístas, dispostas a enfrentar qualquer coisa pelo bem maior.

- Por mim, tanto faz - Ele falou, indicando que Kit poderia abrir a porta do quarto na qual ambos estavam em frente.

- Tudo bem então. - ela sorriu, girando a maçaneta e abrindo a porta. 

O aposento ficou vsível, era bastante confortável, com uma cama grande, dois criados mudos e um armário. Uma janela extensa dava para uma vista magnífica da floresta que havia rodeando a sede. O cheiro de natureza ficava ainda mais pungente, e era bastante agradável. Também era notável que o quarto ficava bastante iluminado normalmente, portanto haviam grossas cortinas para evitar a entrada excessiva da luz.

- Aqui está... se você quiser adicionar algo enquanto estiver aqui é só avisar. - ela voltou a observá-lo. - Não há como ter um banheiro em cada quarto, então no saguão há um suficientemente grande. Mas eu acho que não vai ser um problema, de qualquer forma.

Nesse instante, foi audível o som da porta da frente se abrindo, de uma forma não muito tranquila. Uma voz feminina um tanto quanto ranzinza escalou até o segundo andar, chegando aos ouvidos deles.

- Eu já estou farta. Farta, estou dizendo! Qual o problema com esses caras? Eles estão acabando com a nossa energia, isso está pior do que quando Haradja declarou guerra. 
- Acalme-se, querida, não há muito o que possamos fazer com relação a isso. Na verdade... estamos fazendo o que está no nosso alcance. - quem respondeu foi o dono de uma voz tranquilizante e obviamente um jovem adulto. Uma terceira voz juntou-se a eles, parecendo reclamar.
- Mas Kira tem razão, os demônios estão pressionando demais nos últimos tempos.

Kit parou momentaneamente o que estava fazendo para prestar atenção na conversa que vinha do andar inferior e rapidamente correu em direção ao corrimão da grande escadaria, apoiando suas mãos neles e olhando para o trio abaixo de si.

- Hei, vocês chegaram! Ops... - ela pareceu se lembrar que não estava sozinha e fez um gesto para que Sephiroth viesse até ela novamente. - Seph, vem cá!

- Sim, mas não devo fazer muitas mudanças - Disse Sephiroth, observando o quarto. Era muito diferente do seu próprio em Midgar, mas isso se devia ao fator tecnológico de seu mundo, e não ao espaço em si - Entendido.

Ele voltou sua cabeça para o lado de fora, conforme aquela conversa aumentava de volume. Certamente eram outros membros da Equipe Black, os quais ele não havia conhecido ainda. Na verdade, sabia pouco sobre aquele grupo em si, nem mesmo os nomes das pessoas ele conhecia direito. Memorizara o de Kit, afinal ela parecia ser bastante popular naquele mundo, uma pessoa reverenciada como herói, assim como ele. Porém, ela parecia ter ganhado esse título através de meios não tão cinzentos, como fora o caso de Sephiroth. Assim que foi chamado, ele calmamente saiu de seu quarto e foi até onde Kit Black estava, parando e olhando para as outras pessoas.

- Olá - Ele falou, suavemente.

- Você deve vir de um mundo bem diferente deste não é? Algumas coisas podem ser difícieis pra você se adaptar.

Quando ouviu a voz de Kit, a única moça do trio ergueu a cabeça. Seus cabelos eram loiros, dourados como o trigo, caindo em uma trança sobre o seu ombro. Os olhos tinham um tom verde muito bonito. Sua expressão delicada era marcada por um fogo, uma certa fúria e rebeldia óbvias, que pareciam combinar com as roupas negras que usava, contrastando com a pele branca.

- Você trouxe alguém abandonado de novo, Kit?
- Ei, Gatinha-Meio-a-Meio! Como estão as coisas por aqui?

O segunda rapaz tinha uma pele mais morena. Ele possuía cabelos negros curtos e olhos castanhos que demonstravam muita energia. Um bastão negro estava apoiado em seu ombro, e em sua ponta era visível uma caveira com um par de asas.

- Estão um caos como sempre! - Kit gritou, apontando para Sephiroth. - Ele não é uma pessoa abandonada, acabou sendo enviado pra esse mundo por engano e Iris deixou que nos ajuda-se.

- Quanto mais aliados melhor. - o terceiro membro sorriu docilmente. Sua voz era calma, e todo o porte dele transmitia tranquilidade e maturidade, embora fosse tão jovem quanto os outros. Tanto seus olhos quanto seus cabelos eram cinzas, os últimos tinham um corte que icava levemente espigado. Cortando a aparência tranquila, uma foice gigantesca estava apoiada em seus ombros também, com detalhes similares ao bastão que o outro rapaz carregava. - Seja bem vindo, Sephiroth. Eu sou Mitaray.
- Hiei. Prazer!

A garota ergueu uma sobrancelha e bufou, tirando uma das mechas que escaparam da franja de frente de seu rosto. - Kira Himura. Bem vindo ao trabalho escravo.